Quando jovem, minha família mudou-se do interior para Santos, onde residiam meus avós maternos (Gastão e Mercedes) e meu avô paterno (João - a avó Maria Teresa tinha falecido).
Lá, em Santos, havia bondes por toda a cidade - era o meio de locomoção usado pelos santistas e turistas.
Já imaginou andar pela orla da praia, todinha, num bonde ?
Os bondes eram abertos e, quando não havia lugar para se sentar, podia se agarrar, em pé, nos estribos.
Quem dirigia o bonde era o motorneiro ... o cobrador, sempre atento, andava por todas as laterais do bonde, controlando as subidas e descidas dos usuários.
Colocava moedas nos bolsos e as notas entre os dedos da mão esquerda, dobradas em forma comprida, facilitando o troco.
Algumas linhas mais movimentadas tinham um reboque.
Era muito gostoso andar de bonde !
Esses bondes abertos começaram, pouco a pouco, a serem substituídos por bondes totalmente fechados : lá, eram chamados de "camarões". Os cobradores ganharam um assento próprio e os usuários passavam por catracas.
Isso não quer dizer que não houvessem ônibus urbanos - eles faziam as linhas mais distantes, onde não havia trilhos.
Lembro-me que, em Santos, após a Revolução de 1964, a cidade passou a ser governada por um "Interventor Federal" : sempre um general, nomeado pelo Presidente da República (= ditador).
Um deles retirou os bondes de circulação - atrapalhavam os veículos !
Não só tirou os bondes, mas também os trilhos e a rede de eletrificação, repavimentando as ruas.
Hoje, lá em Santos, você pode fazer um passeio turístico de bonde, por ruas do centro antigo da cidade e em parte do cais, aos domingos e feriados.
Uma saudosa lembrança desse passado ...
Não deixa de ter o seu encanto ...
Mas no Rio de Janeiro ...
Bondinho estacionado na Estação Carioca, próxima à Catedral. |
Vista interna do bondinho |
Imagens do bondinho sobre o Aqueduto da Carioca
Passeio realizado em
18.07.2005
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